A evolução tecnológica nunca foi tão importante quanto nos tempos atuais, onde temos ferramentas avançadas para operar em diversos segmentos da sociedade. Seja na área da saúde, educação ou transporte, vemos avanços consideráveis a cada dia.
Esse também é o caso do segmento industrial, onde as fábricas inteligentes podem operar de forma autônoma e ininterrupta. Isso permite extrair o máximo desempenho, mas também traz mais segurança e previsibilidade ao processo.
E um exemplo, nesse caso, na indústria é o Unified Namespace: uma solução feita para facilitar o manuseio dos dados, principalmente no que diz respeito a contextualização dos mesmos.
Quer saber mais sobre o tema? Então, continue a leitura até o final.
O que é um Unified Namespace?
Um Unified Namespace é um repositório centralizado de dados estruturados no qual qualquer aplicativo, ou dispositivo, pode acessar ou publicar dados. Na prática, ele atua como uma ferramenta essencial para o bom funcionamento da Indústria 4.0.
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Arquitetura do Unified Namespace
De forma geral, o Unified Namespace funciona em conjunto com outras duas camadas: os dispositivos de manufatura e os softwares ou interfaces de hardware, como os gateways.
Na primeira camada, de dispositivos de manufatura, temos máquinas, sensores e todo o maquinário necessário para fazer a indústria operar. Elas geram dados em alto volume e normalmente desestruturados.
Já a segunda camada, dos softwares e interfaces de hardware, trazem dados mais estruturados e preparados para uso. No entanto, ainda falta um elemento fundamental para unir essas camadas: o Unified Namespace.
Assim, o UNS (sigla bastante comum para o Unified Namespace), surge como solução para contextualizar os dados recebidos e tornar a informação mais “digerível”. Ou seja, o Unified Namespace permite mais organização no uso dos dados e outros benefícios que veremos a seguir.
Benefícios do Unified Namespace
A implementação de um sistema como o Unified Namespace permitirá vários benefícios na manipulação de dados. Com o UNS, eles passam a ser estruturados, organizados e contextualizados, além de serem recebidos de diversas fontes.
Na prática, isso quer dizer que é possível saber que determinada máquina produziu peças P, com uma temperatura de T graus, no dia D e no mês M. Durante a produção das peças, que foram enviadas ao cliente C na hora H, houve N paradas não programadas.
Isso tudo para deixar o processo produtivo mais organizado e, principalmente, rastreável. Imagine a quantidade de dados que tiveram que ser processados para que todo esse contexto, fictício, que trouxemos aqui.
É maravilhoso o poder do Unified Namespace dentro da indústria inteligente.
Para deixar a explicação ainda mais didática, podemos entender o Unified Namespace como uma central telefônica, onde todas as informações passam e são distribuídas para outros lugares.
Ainda, há a possibilidade de entender mais detalhes sobre cada ligação realizada e recebida. Então, temos eficiência na distribuição dos dados com um histórico fácil de rastrear e compreender.
Quais os requisitos para o Unified Namespace operar?
Basicamente, existem quatro requisitos principais para implementar um sistema como o UNS: Foco na borda, Relatório por exceção, Leveza e Arquitetura aberta. Vamos conhecer cada um desses itens:
1. Foco na borda (Edge Focused)
Focar na borda significa que os dados devem ser processados o mais próximo possível das máquinas operantes. Esse processamento deve ocorrer de forma adequada, com normalização de dados e agregações simples para que o UNS funcione bem.
2. Relatório por exceção (Report by Exception)
Um dado deve ser transmitido somente mediante alteração, ou seja, é preciso que aconteça algo de relevante para o UNS funcionar. Isso é importante para que o sistema não opere continuamente, já que centenas de dados podem trafegar pela rede a cada segundo.
Sendo assim, é possível ignorar, aproximadamente, 90% dos dados gerados.
3. Leveza (Lightweight)
Um protocolo de transmissão de dados como o MQTT, criado com o objetivo de oferecer um baixo consumo de rede, banda e também dos demais recursos de software, é perfeito para o gerenciamento de dados via UNS.
E como ele suporta o protocolo Report by Exception, que falamos anteriormente, temos o casamento perfeito para ajudar na otimização da Indústria 4.0.
4. Arquitetura aberta (Open architecture)
Falando em Indústria 4.0, não podemos pensar em transformação digital por meio de soluções fechadas, ou mesmo via soluções de um único fabricante. Nesse sentido, é importante trabalhar com arquitetura aberta para pensar em escalabilidade.
Em locais tão complexos como as indústrias inteligentes e modernas, é inviável arriscar projetos de expansões futuras. Portanto, é fundamental que os elementos de toda a camada tecnológica sejam capazes de se comunicar sem impedimentos.
Em resumo
O Unified Namespace é uma solução muito bem-vinda na evolução da Indústria 4.0, que depende de elementos altamente tecnológicos para entregar sua máxima capacidade de operação e inteligência.
E nesse sentido, como vimos aqui, temos uma ferramenta imprescindível para tornar o uso dos dados mais sólidos em vários aspectos. A partir disso, cabe a outros setores usarem as informações para atingir resultados ainda mais expressivos.
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