Na era da constante transformação digital, o modo como construímos nossos sistemas de software está evoluindo mais rápido do que nunca. As empresas estão buscando soluções mais flexíveis, escaláveis e robustas para atender às suas crescentes demandas.
Uma dessas soluções é a Arquitetura Orientada a Eventos (AOE), uma abordagem de design de software que está moldando a maneira como os aplicativos modernos são construídos, ainda que não seja a única forma.
Mas o que ela significa na prática para o mundo do desenvolvimento de software?
Nesse artigo, vamos entender seu funcionamento, suas vantagens e também a diferença para outras arquiteturas de software. Boa leitura!
O que é a arquitetura orientada a eventos?
A arquitetura orientada a eventos é um modelo de design de software que enfatiza a produção, detecção e reação a eventos. Um “evento” é uma ação ou uma mudança de estado significativa que ocorre dentro de um sistema, seja um clique, processamento de pagamento ou exibição de pop-up.
Na prática, o evento — dentro do contexto de sistema — significa que algo aconteceu no software. Esses eventos podem existir ao longo de todo o sistema, sem necessariamente interagirem entre si, o que gera vários benefícios.
Como funciona a arquitetura orientada a eventos?
Imagine um aplicativo de e-commerce. Quando você faz uma compra, vários “eventos” são disparados. Seu pagamento é processado, o estoque é atualizado e um e-mail de confirmação é enviado para o cliente. Cada uma dessas ações é um evento.
Assim, temos produtores de eventos — os componentes que executam a ação ou mudança de estado — e os consumidores de eventos, que estão interessados nessa ação ou mudança. Estes dois são geralmente desacoplados, ou seja, não precisam saber nada um sobre o outro.
E a organização disso é bem simples: os eventos são colocados em um “barramento de eventos” e consumidos pelos componentes interessados. O barramento funciona como um serviço de correio que leva as notificações dos produtores aos consumidores.
Quais são as vantagens de usar a AOE?
A AOE tem várias vantagens que a tornam uma opção atraente para muitas aplicações. Aqui estão algumas delas:
- Desacoplamento: como os produtores e consumidores de eventos são desacoplados, isso proporciona maior flexibilidade para o funcionamento da aplicação. Os componentes podem ser alterados, atualizados ou substituídos independentemente. No exemplo do e-commerce, a equipe que cuida do processamento de pagamentos pode atualizar seu sistema sem interromper a equipe responsável pelo envio de e-mails;
- Escalabilidade: a AOE pode lidar facilmente com cargas de trabalho grandes e de alta demanda. Se, no nosso exemplo de e-commerce, houver um aumento repentino de compras (como acontece na Black Friday), o sistema pode lidar com isso criando mais consumidores de eventos para lidar com a carga extra de trabalho;
- Resiliência: a arquitetura de eventos é resiliente a falhas. Se um componente falhar, ele pode ser reiniciado ou substituído sem afetar o restante do sistema — comportamento parecido com o desacoplamento que falamos anteriormente;
- Atuação em tempo real: outra vantagem da abordagem AOE é a reação rápida aos eventos. Pense em um sistema de monitoramento de tráfego que reage instantaneamente a mudanças nas condições da estrada. Assim funciona a arquitetura orientada a eventos: com execuções instantâneas dos produtores de eventos para seus consumidores.
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Diferença da arquitetura orientada a eventos para outras arquiteturas
Agora que você sabe o que é a arquitetura orientada a eventos, como ela funciona e também suas vantagens, vamos entender suas diferenças para outras arquiteturas famosas:
Arquitetura orientada a eventos versus Arquitetura monolítica
Na arquitetura monolítica, todo o sistema de software é construído como um único componente coeso — um grande bloco, por assim dizer.
Portanto, seu desacoplamento é mínimo, o que significa que qualquer mudança em uma parte do sistema pode exigir mudanças em outras partes também. Nesse ponto, como vimos, a AOE opera de forma independente, tanto no desenvolvimento quanto na produção.
Arquitetura orientada a eventos versus Arquitetura orientada a serviços
A arquitetura orientada a serviços tem como premissa organizar o software como um conjunto de serviços autônomos. Eles interagem entre si para realizar tarefas específicas, sendo acoplados em algum nível, porque um serviço precisa saber como invocar outro serviço para realizar uma operação.
Já a AOE é baseada na produção, detecção e reação a eventos. Em vez de invocar ativamente outros componentes para fazer algo (como na arquitetura de serviços), os componentes na AOE produzem eventos que outros componentes consomem passivamente.
Em resumo, o nível de desacoplamento e a maneira como os componentes interagem são o grande destaque da AOE. Isso pode levar a sistemas mais escaláveis, robustos e flexíveis, além de mais simples para gerenciamento durante o desenvolvimento.
É importante enfatizar que escolher a arquitetura por eventos não resolve os problemas de criação e gestão de um software. Nesse sentido, não existe uma “bala de prata” que irá magicamente tornar a programação mais simples.
Portanto, cada equipe precisa analisar se essa abordagem é a mais adequada para o projeto atual. Mas, em vários casos, optar pelo sistema monolítico ou orientado a serviços pode ser a melhor saída.Gostou do conteúdo? Aproveite também para ler: Padrões de arquitetura de software: quais são, vantagens, desvantagens e casos de uso
